22 de maio de 2013

Mistake



O trabalho corre como planeado. Estamos numa fase de crescimento da empresa onde o volume de negócios tem sido bom. Os clientes apreciam a qualidade do nosso trabalho e acredito que futuramente expandiremos o negócio internacionalmente. Quero novas oportunidades de negócio e quero mostrar que o que criei tem valor. Não escondo a minha ambição. 

A Inês evitava-me dentro da agência e não conseguia perceber o porquê. Decidi confrontá-la porque não aguentava aquele jogo do gato e do rato. 

- O que se passa contigo? Fiz-te alguma coisa de mal, Inês? - Abordei-a sem causar alarido enquanto a máquina do café preparava o copo.

- Sai daqui por favor. Aquilo foi um erro. - Ela estava extremamente incomodada e não percebia porquê. Se foi um erro, não foi essa a sensação que transmitiu.

- O quê? Um erro? Não estou a perceber. - Fiquei perplexo. Não consegui compreender aquela reacção da Inês.

- Pedro. Por favor. Deixa-me. - Ela arregalou-me os olhos e eu percebi no seu olhar triste que algo se passava. Ela não estava bem e não queria contar-me. Larguei-a do braço deixando-a ir embora.

Fiquei pensativo. Sentia qualquer coisa em relação à Inês que estava a gostar e ela agora pede-me para, indirectamente, esquecê-la? Tenho de perceber o que se está a passar porque não consigo viver com isto na cabeça.

Deixei passar alguns dias e pedi à Inês para me explicar o que se estava a passar com a condição que a deixava de incomodar, se fosse esse o seu desejo. Combinámos ir beber um café para esclarecer aquele assunto.

Já no café o encontro demora pouco mais de cinco minutos.


- Esquece que aquilo aconteceu. Foi um erro e não devia ter acontecido. Continuamos a falar cordial e profissionalmente mas deixa de existir qualquer ligação. - Começou assim a conversa, inesperadamente.

- Mas podes explicar-me o que aconteceu para esta decisão repentina, Inês? - Apesar de não termos assumido qualquer relação, o sentimento pela Inês era expressivo e aquela decisão magou-me.

- Pedro. Faz o que te digo. Não tens de saber. Respeita-me apenas. Ok? - Não era a Inês que conheci meses antes. Tinha mudado totalmente de atitude. Ou se calhar sempre fora assim.

- Inês, acho que estás a ser precipitada. Podemos ao menos continuar a falar? - Aquele momento estava a ser angustiante para mim. 
- Pedro, entende duma vez por todas: Não temos de falar mais sem ser profissionalmente - Assim que termina a frase, os seus olhos enchem-se de lágrimas mas ela contém-se. Percebia-se nitidamente que estava a tomar aquela posição contra a sua vontade.

- Bom.. Tu é que sabes. Fica descansada pois não ouvirás falar mais de mim.  - Levantei-me, deixando-a sozinha na mesa. Que injusta que estava a ser. Não percebi esta decisão que tomara e era o que mais me custava. 

Entrei no carro e arranquei com toda a velocidade. Ia irritado e não conseguia suportar aquela decisão. Tinha um mundo de pensamentos na cabeça com muitas questões sem respostas. Afinal o que é que eu fiz para ela reagir desta forma?



4 comentários:

  1. Ui... Ficar sem perceber as atitudes não se faz!
    O que se passa com a Inês? Podia ao menos dar a explicação devida...

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  2. Obrigado pelo comentário Lust Eva e ainda bem que está a gostar.
    Hoje já saiu outro episódio que talvez possa ajudar a desvendar o mistério ;)

    https://www.facebook.com/ILoveRousingThoughts http://iloverousingthoughts.blogspot.pt/

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